O documento que apresento abaixo é um dos mais importantes para a história da família Hruschka. Com ele pude avançar muito em minhas pesquisas, sem falar na importância histórica do mesmo. Trata-se do "movimento" de desembarque da Família Hruschka no porto do Rio de Janeiro (RJ), em 21 de junho de 1891. Nele encontramos o nome original da família e outras informações adicionais, como idade, por exemplo.
Gostaria de destacar o excelente trabalho executado pelo Arquivo Nacional no Rio de Janeiro quando do envio do documento. Eles possuem um departamento destacado para essa demanda e basta que a pessoa interessado informe alguns dados para que eles possam filtrar a pesquisa. Assim que encontram alguma informação relevante, entram em contato com o interessado a fim de saber se arcará com os custos para a emissão do documento.
Quando eu fiz minha solicitação já tinha praticamente certeza absoluta de que Franz Hruschka havia chegado no ano de 1891, bem como o nome do navio em que estava com sua família: Vapor Hannover.
Foi com base nesses indícios que o documento foi localizado junto ao Arquivo Nacional, vinculado ao Ministério da Justiça e que mantém viva a memória do Brasil.
No documento abaixo reproduzido, separei apenas o que diz respeito a família Hruschka, todavia, ele apresenta diversas famílias que chegaram na mesma oportunidade, sendo distribuídas para diversos locais do país.
Abraços,
Cristian Luis Hruschka
Apontamentos genealógicos sobre a vinda da família Hruschka para o Brasil (Blog mantido e atualizado por Cristian Luis Hruschka)
terça-feira, 26 de junho de 2012
terça-feira, 19 de junho de 2012
A VINDA DA FAMÍLIA HRUSCHKA PARA O BRASIL
AUTOR: CRISTIAN LUIS HRUSCHKA
Direitos autorais reservados. Permitida reprodução desde que citada a fonte.
Estudo em comemoração aos 121 anos de imigração da família Hruschka para o Brasil
Apresentação
Genealogia, na definição de Houaiss, é o “estudo que tem por objeto estabelecer a origem de um indivíduo ou de uma família”.
Desde o início de sua existência, sempre despertou no homem o interesse em saber o local de onde seus antepassados vieram, suas origens históricas, seus hábitos e costumes. Essas conclusões, como não poderia deixar de ser, somente são obtidas mediante exaustivo trabalho de pesquisa e estudo, não podendo o pesquisador limitar-se a meras deduções, mas sim à fontes fidedignas e de respaldo.
Foi a busca que me propus para obter a origem da família HRUSCHKA em território brasileiro.
Meu trabalho de garimpo começou no mês de novembro de 2008, mais precisamente durante as chuvas que acometeram a cidade de Blumenau (SC). Estando ilhado no apartamento com minha esposa, filha e duas cunhadas, que vieram de Florianópolis nos visitar no final de semana e acabaram passando quase quinze dias conosco, tive tempo para iniciar minha procura com a maior ferramenta de pesquisa criada pelo homem, a internet. Através do Google e Wikipédia, pude obter informações importantíssimas para minhas buscas, em especial a relação de emigrantes saídos da Europa nos idos de 1850-1900, os quais chegaram com grande velocidade nos Estados Unidos e América do Sul.
Dentre essas listas de imigrantes, no entanto, não localizava nenhum Hruschka vindo para o Brasil, apenas encontrei alguns navios que por aqui aportaram, mas muitos sem a relação de passageiros. Depois de passadas as chuvas e com a vida já retornando ao normal, encontrei o livro “A Colonização de Santa Catarina”, de Walter Piazza, onde pude filtrar minha pesquisa e saber quais os países que mais enviaram imigrantes para o Estado de Santa Catarina, notadamente na região do Norte do Estado de Vale do Itajaí. Este livro apresentava vasta bibliografia sobre o assunto e não tardou para que eu pudesse localizar número significativo de informações junto a Biblioteca da Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB.
Entre os livros que pude consultar está a obra “A Colonização Húngara no Jaraguá”, escrito por Olga Piazera Majcher, Alcioni Macedo Canuto e Sidnei Marcelo Lopes, onde, em depoimento prestado por Maria Wolff ao historiador Emílio da Silva, esta relatou que na companhia de Georg Wolf Sênior, seu pai, instalaram-se na localidade de Jaraguazinho um total de vinte e duas famílias, entre elas uma de sobrenome Hruschka. No mesmo livro se apresentou a relação de imigrantes húngaros que vieram para a região, entre eles Franz Hruška.
Através dessa informação fui refinando minhas buscas cada vez mais, dando início a minha árvore genealógica.
Nesse trabalho, após pesquisas junto ao Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro (RJ), obtive a certidão de entrada no Brasil de Franz Hruschka, cuja vinda para a região de Jaraguá do Sul (SC), bem como sua linha sucessória, pretendo apresentar.
Do Reino da Boêmia para o Brasil
Já nos idos de 1500 por aqui perambulava o alemão Hans Staden, sendo um dos primeiros a relatar em livro suas impressões sobre o Brasil, em especial seu convívio com os índios. O Brasil acabava de ser descoberto e por nossas terras, além dos legítimos donos, os próprios índios, circulavam, entre outros, espanhóis, franceses e portugueses. As chamadas capitanias eram constantemente invadidas por tribos indígenas, as quais guerreavam também entre si e costumavam se aliar aos colonizadores e combater seus desafetos. A coroa portuguesa, por exemplo, era atacada pelos tupinambás, aliados dos franceses, que eram inimigos mortais dos tupiniquins, apoiados pelos portugueses. Fato é que os índios, algumas tribos antropófagas, eram senhores de tudo. Defendiam com unhas e dentes sua aldeia ao mesmo tempo sendo muito hospitaleiros, essa uma forte razão pela qual foram tão facilmente dominados pelo invasor branco. Eram fortes, corajosos e ágeis, destacando o escritor Luiz Aguiar que “caminhavam na mata como se ela fosse a sua casa. Conheciam todas as plantas e animais. Tinham corpo elástico, saudável, manejavam armas e instrumentos com uma habilidade difícil de ser concebida pelo homem branco.” (AGUIAR, pág. 53). Os índios viviam em constante equilíbrio com a natureza, não retirando dela nada além do que precisavam.
Dentre suas viagens, no entanto, Hans Staden demonstrou todo seu deslumbramento pela ilha de Santa Catarina (atual Florianópolis, antiga Desterro), apresentado-a como um local de peculiar beleza natural. No entanto, a colonização do Estado passou a tomar força apenas durante o reinado de D. Pedro II, por volta de 1840 e 1850.
Durante esse período o continente europeu está supersaturado de pessoas, sendo que “ao homem do campo faltava a terra própria para produzir o necessário à subsistência e de sua família, enquanto, de outro lado, as condições políticas efervescentes não davam a tranqüilidade necessária à produção agrícola, porquanto, periodicamente, as culturas agrícolas eram arrasadas pelos exércitos que passavam, ou, ainda, de gente que fugia do impacto da Revolução Industrial” (PIAZZA, pág. 115). Tais fatores levaram à um maciço processo emigratório para colonização das terras na América, cujos imigrantes eram trazidos por companhias de navegação transatlântica como a “Norddeutsche Lloyd” e a “Hamburg – Südamerikanische Dampfschiffahrts – Gesellschaft”.
É nesse período que se forma a Colônia Piedade, Colônia Belga, Colônia de Santa Isabel e a Colônia Blumenau, praticamente todas com predominância de pessoas de origem alemã, ansiosas por explorar novas terras e melhorar suas posições sociais e econômicas, bem como políticas.
Em 1849 surge a “Sociedade Colonizadora de Hamburgo” – posteriormente substituída pela “Sociedade Colonizadora Hanseática” (1896) – com sede em Hamburgo, Alemanha, e que através de contrato firmado com o Príncipe de Joinville, dá início a exploração do território dotal recebido pela Princesa D. Francisca de seu pai, D. Pedro I. Forma-se, então, em sua homenagem, a Colônia Dona Francisca, que recebe, em 9 de março de 1851, o navio “Colon”, com 118 imigrantes suíços. Em 15 de março do mesmo ano ocorre a primeira distribuição de terras na Colônia.
Gradativamente essa frente colonizadora vai ganhando força e outros imigrantes chegam ao local (alemães, noruegueses, suíços), abrindo-se uma nova opção aos europeus e aliviando a forte corrente migratória aos Estados Unidos.
A colônia Dona Francisca tinha seu núcleo na atual cidade de Joinville (SC), estando em rápida expansão. Fato pitoresco sobre esse aspecto é narrado por Carlos Ficker em “História de Joinville”, vejamos:
“Na pequena Villa de Joinville, o tráfego de veículos, carroças e cavalos, nas ruas centrais, tomou vulto e houve diversos casos de atropelamentos. Assim, o ‘Vertretrschaft” determinou, de forma categórica, e fazendo referência ao artigo 13 das posturas, a proibição de trafegar pelas ruas de Joinville ‘em galope’.” (FICKER, pág. 255)
Essas limitações impostas pelo Código de Posturas existentes na época, retratam a forma em que viviam os primeiros colonizadores, bem como a necessidade de ordenar a sociedade, organizando e criando limites aos moradores.
Os imigrantes que por lá se instalaram eram trazidos por diversos navios pertencentes a frota da empresa “Norddeutscher Lloyd”, fundada em 1857, na Alemanha. Referida empresa deu início a chamada “Bremen-Linien”, propagando as belezas da América através de uma forte estratégia de marketing comercial. Entre os navios de sua propriedade estava o SS New York, fabricado em 1858 pelo estaleiro Caird Company. É nesse navio que, segundo pesquisa no site http://www.immigrantships.net, se encontram os primeiros HRUSCHKA que partiram da Alemanha, mais precisamente do porto de Bremen, com destino a Nova York (Estados Unidos), em 25 de junho de 1866. São eles: Joh. Hruschka, 34 anos, carpinteiro, acompanhado de Anna Hruschka, 34 anos, e Johann Hruschka, 9 anos. Também estavam nesse navio Josef Hruschka, 38 anos, fazendeiro, acompanhado de Franziska Hruschka, 34 anos. No entanto, não se sabe ao certo qual a nacionalidade dos mesmos. Já em 22 de junho de 1881, se verifica no referido site a chegada em Nova York do navio SS Hohenstaufen, fabricado em 1873 pelo estaleiro Earl’s Naval Engineering Company. Igualmente partindo de Bremen, registra a presença de Franz Hruschka, 30 anos, e Maria Hruschka, 25 anos. No casal, porém, há uma particularidade interessante, os mesmos aparecem tendo como país de origem a Áustria, região da Boêmia.
Importante nesse momento fazer uma breve incursão histórica para que o leitor possa se situar na geografia da época.
A Áustria, país situado no centro do continente europeu, após sua expulsão da Confederação Germânica, se uniu à Hungria em 1867 para formar o chamado “Império Austro-Húngaro”, cujo território era ocupado por pessoas de diversas nacionalidades, entre elas alemã, húngara, italiana, tcheca, romena, sérvia, lituana e eslava.
O Estado era controlado pela família dos Habsburgo, dinastia tradicional que tinha como uma das maiores habilidades aumentar seu território por intermédio de casamentos e heranças. Até sua dissolução em 1918, com o final da Primeira Guerra Mundial, contava com aproximadamente 52,5 milhões de habitantes, numa população multiétnica e cultural. Atualmente, os países que pertenciam ao antigo Império Austro-Húngaro podem ser assim relacionados: Áustria, Hungria, República Tcheca, Eslováquia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, além de diversas outras regiões da Europa Oriental como Bocas de Kotor em Montenegro, Ruténia na Ucrânia e a famosa Transilvânia, na Romênia.
Assim, ao serem mencionados como austríacos, Franz e Maria Hruschka certamente foram referenciados como pertencentes ao Império Austro-Húngaro e não necessariamente ao atual país da Áustria.
Voltando ao Brasil, temos que por volta de 1865 o crescimento populacional da Colônia Dona Francisca se torna cada vez maior, dando início a novas frentes de imigração, entre elas São Miguel e o vale do rio São Bento (Colônia São Bento – 1873). Nesse particular, importante o texto de Walter Piazza na obra antes mencionada:
“Em 1865, o crescimento populacional da colônia (Dona Francisca) fez com que se inaugurasse uma nova frente de colonização, acompanhando a abertura de uma estrada em demanda ao planalto sedimentar norte-catarinense, para onde se estenderia, nos campos de São Miguel e no vale do Rio São Bento.
Esta frente colonizadora desenvolveu-se com base em intensa propaganda escrita, levada a efeito na Europa, especialmente entre os imigrantes do Império Austro-Húngaro, quer fossem austríacos, tchecoslovacos, pomeranos galicianos (poloneses), ou ainda, dinamarqueses.
Essa localização, no planalto norte-catarinense, muito agradou aos imigrantes, pois eram as montanhas e as matas semelhantes as de suas terras de origem, além de receberam tratamento equânime da empresa colonizadora.”
Igualmente se desenvolvem a Colônia Blumenau (1850), recebendo cada vez mais imigrantes e se firmando como um grande núcleo de colonização alemã, a exploração do Rio Itapocu, em especial Hansa-Humboldt (1897), atual Corupá, e a Colônia Jaraguá (1876), local onde se encontram os maiores vestígios da presença de um HRUSCHKA em terras brasileiras.
Segundo informações disponibilizadas no portal da Fundação Cultural da cidade de Jaraguá do Sul (cultura.jaraguadosul.com.br), amparada em documentos pertencentes ao arquivo histórico do Município, Franz HRUSCHKA é citado como integrante da primeira leva de imigrantes húngaros que chegaram em Jaraguá do Sul, vindos à bordo do navio Hannover (fabricado em 1869 pelo estaleiro Caird Company), que partiu do porto de Antuérpia (Bélgica), em 20 de maio de 1891 e chegou ao Brasil em 1891, por intermédio da Companhia Hanseática de Colonização. Essa informação é corroborada pelo site http://www.norwayheritage.com, o qual apresenta o SS Hannover como sendo um navio da Norddeutscher Lloyd, porém partindo de Bremen e chegando ao Rio de Janeiro em 21 de junho de 1891.
O próprio site, no entanto, menciona que as rotas de seus navios eram de Hamburgo ou Bremen para Nova York ou Baltimore (EUA), e via Hamburgo, Bremen, Londres ou Antuérpia para a Austrália, Ásia ou América do Sul, podendo haver, por esse motivo, uma inexatidão quanto ao exato local de partida do navio.
Surge, nesse momento, a dúvida em saber se o mencionado Franz Hruschka seria ou não aquele que partiu para Nova York em 1888.
Tenho como certo que não se trata da mesma pessoa, havendo apenas homoniedade nos nomes próprios. Para tanto, firmo meu entendimento na grande distância existente entre as datas de desembarque (1881 – 1891), na não localização de navios vindos dos Estados Unidos ao Brasil, e na ausência de rota para a América do Sul com parada em território estadunidense do navio SS Hannover. Outro fator que me levou a esse entendimento é que o nome Franz – “Francisco”, em português, era muito comum na época, ainda mais se levarmos em consideração a existência do Império Austro-Húngaro, governado pelo “Kaiser Franz Josef”, imperador da Áustria e rei da Hungria, que era muito admirado pelo povo.
Aprofundando a informação divulgada no site da Fundação Cultural de Jaraguá do Sul, procurei maiores elementos na obra de Olga Piazera Majcher, Alcioni Macedo Canuto e Sidnei Marcelo Lopes, os quais mencionam Emílio da Silva, importante historiador do vale do Itapocú, que ao entrevistar Maria Wolf, filha de Georg Wolf Sênior, líder do grupo de famílias que veio de Blumenau para a região, relata quais foram as primeiras famílias que se estabeleceram na comunidade:
“Conforme narrativa a ele (Emílio da Silva) feita por Maria Wolf, filha de Georg Wolf Sênior, o grupo que chegou a Jaraguazinho era formado por 22 famílias. Colocadas em ordem alfabética, foram as seguintes: Bankardt, Ersching, Finta, Gatscher, Henn, Horongozo, Hruschka, Kitzberger, Leier, Leitholdt, Pinter, Peng, Schwartz, Scheller, Stenger, Schmidt, Steinmacher, Stahl, Steindel, Steierlein, Weiller, Wolf. Estas famílias se fixaram às margens do rio Jaraguazinho e do ribeirão Rodrigues.” (fls. 109).
Sendo que a viagem para o Brasil e sua posterior colocação no território, é assim descrita:
“Na saída da Hungria, ‘partiram de trem, cruzando a Áustria, atravessaram a Alemanha e chegaram ao porto da Bélgica – Antuérpia – onde, a 20 de maio, embarcaram ao navio Hannover’ pela Companhia Hanseática de Colonização. Alguns dias depois teve início a viagem marítima. No Brasil, foram encaminhados para a Ilha das Cobras (cujo nome foi, mais tarde, mudado para Ilha das Flores) para quarentena; depois, por via marítima, até Itajaí; de lá, pelo rio Itajaí-Açu, para Blumenau, onde já se formava uma colônia, fundada em 1850 por Dr. Hermann Blumenau.
Os recém-chegados foram instalados no Barracão dos Imigrantes. A construção era de alvenaria e se destinava a abrigar imigrantes, os quais, gradativamente, seriam distribuídos para as terras nas redondezas. Tudo indica que naquele local a permanência foi por curto espaço de tempo. Era necessário encaminhar todo aquele pessoal para o seu destino final.
Era o mês de junho de 1891. De Blumenau, os imigrantes foram conduzidos por Rio Ada, através da Serra Garibaldi, para seu paradeiro final. Foi a 1ª. leva de imigrantes, portanto, os pioneiros na região de São Pedro do Garibaldi, Alto Garibaldi, Jaraguazinho e Jaraguá 84.” (fls. 60-62).
Mas quem era o Franz Hruschka que teria se aventurado nas matas brasileiras para colonizar a região do Vale do Itapocu e ramificar sua família?
A resposta é encontrada no documento da “Repartição Central das Terras e Colonisação”, fornecido pelo Arquivo Nacional do Rio de Janeiro (RJ), onde se constata a verdadeira origem e vinda para o Brasil.
Pelo documento e demais conclusões obtidas mediante exaustivo processo de pesquisa, posso colocar uma pá de cal em diversas dúvidas e com segurança afirmar que Franz Hruschka aportou no Brasil a bordo do vapor Hannover, procedente de Bremen (Alemanha) e escalas, do qual todos passageiros chegaram em bom estado de saúde, não havendo nenhuma morte ou nascimento durante o trajeto. Era a família número 18 do navio e passageiros de número 54 a 60, num total de 433 tripulantes de 3ª classe, sendo que 431 vieram por conta de contratos e dois espontaneamente.
A grafia original do seu nome é “Franz Hruška”, que na ocasião contava com 52 anos, chegando com ele sua esposa, Johanna Hruška (46), e os filhos Anton Hruška (21), Anna Hruška (19), Franz Hruška (16), Stephan Hruška (4) e Josef Hruška (2).
Consta ainda que eram católicos e agricultores. Como naturalidade, apenas a seguinte informação: Áustria.
Sua chegada é datada de 21 de junho de 1891, tendo o navio aportado na cidade do Rio de Janeiro (RJ), e de lá partindo para Itajaí (SC). Da cidade portuária catarinense, Franz Hruška e sua família rumaram para a Colônia Blumenau, onde, após curto período de permanência no chamado barracão de imigrantes, situado nas proximidades do antigo Hotel Holetz, atual Grande Hotel, início da rua XV de Novembro, seguiram por terra, na companhia de outros colonizadores, auxiliados por carroções que levavam utensílios, mulheres e crianças, e guiados pelo Sr. Luiz Piazera, encarregado pelo transporte de imigrantes de Blumenau, para as margens do Rio Ada. De lá prosseguiram a pé até o atual município de Jaraguá do Sul (SC), na então localidade denominada Jaraguazinho. Nesse trajeto enfrentaram chuva e ventos fortes. A mata era escura, fechada, e nas trilhas existentes pareciam estar sendo constantemente observados pelos índios botocudos, chamados de bugres. Após instalados, Franz HRUSCHKA (cuja grafia original “Hruška” já fora aportuguesada), trabalhou na lavoura e deu início a uma extensa família cujos maiores núcleos no Estado de Santa Catarina situam-se na mencionada cidade de Jaraguá do Sul e na vizinha São Bento do Sul, mais ao norte, levados por José Hruschka, filho de Anton Hruschka e, portanto, neto de Franz Hruschka.
Quanto a sua origem, o fato de constar como sendo natural da Áustria, não confere exatidão à informação. Devemos lembrar, conforme já foi dito, que em 1891 a Áustria não era um país independente, assim como não eram a Tchecoslováquia, a Hungria, a Bósnia e até mesmo a Croácia.
Frise-se que naquela época existia apenas o conhecido “Império Austro-Húngaro”, comandado pela família dos Habsburgo (católica), da qual, aliás, descendia a esposa de D. Pedro I, Imperatriz Maria Leopoldina Josefa Carolina de Habsburgo, filha do imperador Francisco I, herdeiro do antigo Sacro Império Romano.
Pelas diversas consultas na internet se verifica que havia uma forte concentração de pessoas com sobrenome Hruška em Praga, na região da Boêmia, e em Brno, na região da Moravia, sendo estas, atualmente, as duas maiores cidades da República Tcheca. Nesta última região, inclusive, atualmente existe uma unidade administrativa chamada Olomuc (que abrange parte da antiga Moravia e da Silésia), sendo que lá há uma pequena cidade, um vilarejo de 4,49 km2 e população de 259 habitantes, chamada “Hruška”, cujo site pode ser visitado pelo endereço http://www.obechruska.cz/. Na Áustria, por sua vez, não localizei informações tão significativas.
Na região de Olomuc, ainda, há uma cidade chamada Horní Újezd, de apenas 431 habitantes, sendo que desse local encontrei junto ao site www.familysearch.org, com informações disponibilizadas pelo registro de nascimento e batismos da República Tcheca, diversos “Hruška” e “Hruschka”, tais como: Martinus Hruška (nascido em 06/11/1726), Karel Hruška (nascida em 29/10/1715), Franciscus Hruška (nascido em 23/11/1732), Wlaclaw Hruška (nascido em 28/09/1706), Wawrinec Hruška (nascida em 01/08/1688), Jakub Hruška (nascido em 28/06/1685), Paul Hruschka (nascido em 23/04/1793), Bartolomeus Hruschka (nascido em 31/06/1807) e Franz Hruschka (nascido em 15/11/1799). No mesmo site localizei “Hruška” ainda mais antigos, da cidade de Třebíč, igualmente na atual República Tcheca. Entre eles: Pavel Hruška (nascido em 29/01/1637), Gregorius Hruška (nascido em 29/01/1641), Catharina Hruška (nascida em 12/11/1641), e Marianna Hruška (nascida em 29/03/1639).
Já da atual Eslováquia, localizei documentos junto ao site da Yad Vashem – entidade que mantém a memória do povo judeu morto durante o holocausto, sendo um dos maiores centros de documentação e investigação do mundo sobre o assunto – diversos relatórios de vítimas da Segunda Guerra Mundial com pessoas de sobrenome “Hruška” e “Hruschka”, a maioria advinda da cidade de Ružomberok, então pertencente a Tchecoslováquia. No documento é possível identificar o local em que mantinham residência, bem como as circunstâncias de sua morte, a grande maioria quando era transportada “para um local desconhecido”. Entre eles, consta a ficha de Andrej Hruschka, que foi martirizado no campo de concetração de Zilina, na própria Eslováquia.
Ružomberok, por sua vez, após o desmembramento do Império Austro-Húngaro, passou a integrar a Tchecoslováquia e, com o desmembramento desta em 1993, tornou-se parte da Eslováquia.
Outro fator que reforça ter vindo Franz Hruschka da atual República Tcheca ou da Eslováquia é o fato do sobrenome “Hruška” significar “pêra” em português. Já para o alemão, língua oficial da Áustria, não há tradução literal.
Uma excelente fonte de pesquisa, que poderia esclarecer diversas dúvidas sobre a origem, principalmente local de nascimento de Franz Hruschka, seria obter a lista dos passageiros que partiram do porto de Bremen em 1891, ou da sua escala em Antuérpia, notadamente do vapor SS Hannover. Porém, em consulta ao site www.progenealogists.com, descobri que as listas de passageiros eram destruídas, tendo esse procedimento ocorrido de 1875 até por volta de 1907. Isso se deveu ao fato do governo alemão cultivar a ideia de que teria perdido em definitivo os emigrantes para os países de destino. Entre esses países, claro, o Brasil.
Cumpre ressaltar que era eminentemente econômico o principal motivo que levava cidadãos europeus a deixarem seus países de origem, abrangendo, portanto, as famílias mais pobres, sem posses e com grande número de filhos. Essas famílias acabavam por escolher o Brasil em virtude das despesas serem antecipadas ou até mesmo subsidiadas pelo governo brasileiro. Isso já acontecia com a corte portuguesa, fazendo parte do branqueamento da nossa população que, segundo o escritor Laurentino Gomes, em 1822 “tinha cerca de 4,5 milhões de habitantes – menos de 3% de sua população atual – divididos em 800.000 índios, um milhão de brancos, 1,2 milhão de escravos (africanos ou descendentes) e 1,5 milhão de mulatos, pardos, caboclos e mestiços. Resultado de três séculos de miscigenação racial entre portugueses, negros e índios, esta última parcela da população compunha um grupo semi-livre, que se espalhava pelas zonas interiores e vivia submisso às leis e vontades dos coronéis locais” (GOMES, pág. 73).
A historiadora Lilia Moritz Schwarcz, autora de excelente biografia sobre D. Pedro II, entre outros livros, destaca que “com a entrada do governo no financiamento da imigração européia, o Império não só mudaria sua imagem, como ‘se branqueava’ com a introdução de suíços e alemães que se dirigiam às fazendas de café. Afinal, apesar do iminente fim da escravidão, não era possível esquecer o receio que pairava nos meios científicos do ‘futuro de um país de raças mestiças’, ...” (SCHWARCZ, pág. 103).
Com relação a esse tema, Darcy Ribeiro, em sua obra fundamental, assim versa:
“O empreendimento colonizador foi um dos objetivos mais persistentemente perseguido pelo governo imperial, que nele investiu enormes recursos, assegurando aos colonos o pagamento do transporte, facilidades de instalação e de manutenção e concessões de terras. Condições semelhantes jamais foram fornecidas a populações caipiras brasileiras, que, então, formavam grandes massas marginalizadas pelo latifúndio.
A população gringa resultante do empreendimento da colonização branqueadora ocupa, hoje, uma vasta ilha nos centros dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que se vai alastrando pelas terras vizinhas, além de pequenos enclaves enquistados em outras regiões, como núcleos do Espírito Santo e de São Paulo.
[...]
Cada grupo pode, por isso, organizar autonomamente sua própria vida, instalar suas escolas e igrejas, constituir suas autoridades, formando as primeiras gerações ainda no espírito e segundo as tradições dos pais e avós imigrados. Vivendo ilhados, o próprio domínio da língua portuguesa só seria alcançado muito mais tarde, como meio de comunicação com os brasileiros e entre os próprios colonos de diferentes idiomas.” (RIBEIRO, p. 394/396).
Voltando a Franz Hruschka, segundo informações do “The Historical Resech Center”, conhecido por disponibilizar brasões de famílias européias, o brasão da família Hruschka ostenta diversas peras, assim como o brasão da pequena cidade tcheca.
A informação Deutschland (Alemanha), que consta no brasão, ainda que possa induzir se tratar de uma família alemã, apenas corresponde ao idioma falado na região tcheca (Boêmia, Morávia e Silésia), sendo a língua oficial do Império Austro-Húngaro. Franz Kafka (Praga, 1883 – 1924), o maior escritor tcheco, autor do clássico “A Metamorfose”, escrevia e falava em alemão.
Vale lembrar que não existe um único brasão para toda a família. Não é possível delimitar a data em que apareceu pela primeira vez, qual o ramo nobre da família que a utilizava, da qual, logicamente, não descendem todos os familiares. Tampouco é possível atestar a fidedignidade das informações fornecidas por empresas que prestam esse serviço. Com relação aos “Hruschka”, já foi dito que descendem de Franz Hruschka, o qual era agricultor e, portanto, não ostentava nenhum título de grandeza. Os brasões somente servem como um indício, uma pista para obter conclusões mais exatas sobre a pesquisa, nada mais.
Por outro lado, certidões de nascimento, batismo, casamento e óbito, são provas mais contundentes para a localização de antepassados. A certidão de óbito de Francisco Hruschka (filho), lavrada no Cartório do Registro Civil de Jaraguá do Sul (SC), em 01/03/1950, informa que ele era filho de Francisco Hruschka (Franz Hruška), e de Joana Hruschka (Johanna Hruška), ambos naturais da Tchecoslováquia. A certidão de óbito de Joana Hruschka, lavrada no mesmo cartório, porém em 03/05/1929, apenas informa que ela era natural da Áustria, todavia, como já informado, quando chegou ao Brasil sua terra de origem pertencia ao Império Austro-Húngaro.
Ocorre que quanto ao exato local de nascimento de Franz Hruschka as informações são imprecisas, razão pela qual me socorro ao método dedutivo para informar que é originário da região da Boêmia. Para tanto, valho-me do critério geográfico, posto que a Boêmia, onde está situada a cidade de Praga, é muito mais próxima do porto de Bremen (Alemanha), de onde partiu o navio Hannover, do que a cidade de Brno ou “Hruška”, e a cidade de Ružomberok, situada na Eslováquia. De Praga para Bremen são aproximadamente 650 km , sendo que de Brno a distância aumenta para 850 km e fica maior ainda se partirmos de Ružomberok, valendo lembrar que naquela época não haviam as estradas que existem hoje. Além desse fato, não podemos olvidar que a propaganda para a busca de imigrantes era concentrada nas principais cidades européias, entre elas Praga e região, não tendo grande penetração em cidades pequenas, como Ružomberok, quanto mais em vilarejos como a pequena “Hruška”.
Outras famílias que colonizaram o norte catarinense igualmente eram da Boêmia, como os Grosskopf, cujos imigrantes vieram de Kohlheim e Millik, e parte da família Schreiner, de Harmmern.
Ao consultarmos as pessoas contemporâneas a Franz Hruschka que partiram para os Estados Unidos, onde a corrente migratória foi muito intensa, poderemos constatar que na sua grande maioria eram originárias da Boêmia, então pertencente ao Império Austro-Húngaro. Isso acontece com a família de Joss e Anna Hruška (Bremen – New York, 11/05/1868), e Franz e Maria Hruška (Bremen – New York, 22/06/1881).
Por outro lado, concluo pela idade de Franz Hruschka quando de sua chegada ao Brasil, que ele nasceu no ano de 1839, no então Reino da Boêmia, que passou a pertencer ao Império Austro-Húngaro e atualmente integra a República Tcheca. Esse dado é reforçado por pesquisas no site www.familysearch.org – uma das maiores ferramentas de pesquisa genealógica – onde se constata que outros “Hruška” nascidos em anos próximos igualmente emigraram da região da Boêmia. Entre esses contemporâneos posso citar: Charles Hruška (nascido em 1843), Anna Hruška (nascida em 1856) e Mary Hruška (nascida em 1862).
A região da Boêmia, por sua vez, surgiu antes do século V, quando era habitada por celtas e tribos germânicas. Pertenceu ao sagrado Império Romano e após 1347, durante o reinado de Carlos IV, atingiu grande importância no centro europeu, tendo a cidade de Praga alcançado elevado reconhecimento político e cultural. Com o passar do tempo os tchecos que habitavam a região passam a exigir um governo autônomo o que é sufocado com o surgimento do Império Austro-Húngaro em 1867, que acabou por reduzir a Boêmia a uma província da Áustria, apenas fazendo aumentar o sentimento de consciência nacional e soberania. Em 1918, com o fim da primeira Grande Guerra, se dissolve o Império Austro-Húngaro e os tchecos se unem aos eslovacos para formar a Tchecoslováquia. Este novo Estado foi território alemão durante o período de 1938 até 1945 (final da segunda Guerra Mundial), tendo em seguida caído sob o domínio soviético, do qual se livrou em 1989 na chamada “Revolução de Veludo”, proporcionada pela abertura proposta por Mikhail Gorbachev. Recobrando sua liberdade em 1993, é dissolvida a Tchecoslováquia formando-se os Estados da Eslováquia e da República Tcheca, em cujo território situa-se o antigo Reino da Boêmia. Atualmente é um país em franca expansão, de elevado crescimento econômico, potencializado pelo turismo que tem na capital Praga uma cidade de raro esplendor e beleza, mesclando o moderno e o antigo em perfeita sintonia.
Na República Tcheca não há distinção entre “boêmio” e “tcheco”, e o país tem como lema a frase Pravda vítezi, ou seja, a verdade prevalece.
Uma Busca Incansável
Todas as considerações apresentadas têm por objetivo descobrir o exato local de nascimento de Franz Hruschka. Como se verificou no texto, não é tarefa simples e a cada passo dado temos que reviver o que passou e reunir as informações de forma lógica e compreensível.
A pesquisa genealógica é viciante. Não há como não se deixar envolver por ela. Saber de onde vieram os antepassados e descobrir a própria história é parte fundamental para que nossos filhos também preservem essa memória e possam transmitir a mensagem para todas as gerações seguintes.
Infelizmente muitos acontecimentos históricos nos impedem de chegar a conclusões exatas, porém, isso faz parte da pesquisa e ajuda a tornar o trabalho ainda mais fascinante.
Franz Hruschka, pelo que pude concluir, nasceu no Reino da Boêmia, cuja região foi posteriormente integrada ao Império Austro-Húngaro, tornando-se província da Áustria e, com o desmembramento desse império, passou a integrar a Tchecoslováquia, pertencendo nos dias atuais a República Tcheca.
Era pobre e migrou ao Brasil para viver uma grande aventura. Sua família o acompanhou em todos os momentos, por mar e terra, e hoje todos fazem parte da construção desse País.
Espero que esse singelo esboço desperte a curiosidade e interesse de outras pessoas, que terão aqui boa quantidade de informação para aprimorar ainda mais as pesquisas.
Há muito que se fazer: descobrir os ascendentes de Franz Hruschka, qual seu local exato de origem, de batismo, casamento, onde nasceram seus filhos, qual o destino deles, especialmente Anna, Josef e Stephan Hruschka; enfim, muitas perguntas que ainda aguardam resposta e espero no futuro possam ser esclarecidas.
Outra fonte de pesquisa que ajudaria é visitar a República Tcheca, sendo possível analisar documentos da época e buscar informações junto a museus, bibliotecas e arquivos históricos, cemitérios, hospitais, registros civis, imobiliários, igrejas, entre outros.
Bremem, Alemanha, igualmente é interessante, pois de lá partiu o navio Hannover, sendo certo que ainda deverão existir documentos preservados da época (quem sabe alguma lista perdida de embarque de imigrantes), que poderão servir de subsídios para informações mais exatas.
Outro fator importante para a pesquisa genealógica é conversar com os mais antigos, questionar, revirar fotografias, documentos, e cadastrar tudo isso para depois chegar as suas conclusões.
Que o presente trabalho possa ajudar gerações futuras, servindo como um pequeno registro de informações colhidas pelo caminho.
BIBLIOGRAFIA
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RELAÇÃO DE ALGUNS SITES CONSULTADOS
CRONOLOGIA HISTÓRICA
1500 – Chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil. Vasco da Gama regressa a Portugal de sua viagem às Índias.
1538 – Chegada no Brasil dos primeiros escravos africanos.
1759 – Expulsão dos Jesuítas do Brasil. Extinção das capitanias hereditárias remanescentes passando todo o território nacional a pertencer à coroa portuguesa.
1776 – Independência dos Estados Unidos.
1789 – Início da Revolução Francesa com a tomada da Bastilha. Divulgada a Declaração dos Direitos do Homem.
1792 – Tiradentes é condenado à morte.
1804 – Bonaparte se torna Imperador.
1808 – Chegada da família Real Portuguesa ao Brasil.
1818 – Criação da colônia suíça em Nova Friburgo , Rio de Janeiro.
1821 – D. João VI retorna a Portugal.
1822 – D. Pedro I se recusa a deixar o Brasil (Dia do Fico). Proclamação da Independência do Brasil.
1824 – Outorgada a primeira constituição por D. Pedro I. Início da colonização alemã no Rio Grande do Sul.
1839 – Nascimento de Franz Hruschka.
1840 – Antecipada a maioridade de Dom Pedro de Alcântara, o segundo imperador do Brasil, o primeiro nascido em nosso território, que passa a ser chamado de D. Pedro II.
1849 – Fundação de Joinville por colonos alemães.
1850 – Fundação de Blumenau.
1858 – Inauguração de primeira estrada de ferro por D. Pedro II.
1863 – Abolição da escravidão nos Estados Unidos.
1870 – Final da Guerra do Paraguai.
1871 – Fundação do Império Alemão.
1886 – Fundação da Sociedade Protetora da Imigração.
1888 – Promulgação da Lei Áurea: fim da escravidão.
1889 – Proclamação da República.
1891 – Promulgação da primeira Constituição da República. Publicação da encíclica Rerum Novarum. Chegada de Franz Hruschka e família ao Brasil.
1908 – Chegada ao Brasil dos primeiros imigrantes japoneses.
1910 – Criação do Serviço de Proteção ao Índio, sob comando do Coronel Rondon.
1914 – Morte do Arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, dando início a I Guerra Mundial. Término da construção do canal do Panamá.
1915 – Término da Guerra do Contestado.
1923 – Criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
1929 – Quebra da bolsa em Nova York. Início da crise econômica mundial.
1934 – Hitler se torna chefe do governo alemão. Getúlio Vargas, eleito pelo Congresso, assume a Presidência da República.
1939 – Ocupação da Tchecoslováquia e invasão da Polônia pela Alemanha. Início da II Guerra Mundial.
1942 – Navios brasileiros são torpedeados pelos alemães. Brasil declara guerra contra o Eixo.
1943 – Massacre de judeus no gueto de Varsóvia.
1944 – Desembarque na Normandia. Libertação da França pelos aliados.
1945 – Churchill, Roosevelt e Stálin, em encontro na Conferência de Ialta, decidem pela criação da ONU. Russos ocupam Berlim. Lançadas as bombas atômicas sobre Hiroshima a Nagasáqui pelos americanos.
1946 – Condenação de oficiais nazistas pelo Tribunal de Nuremberg.
1948 – Assassinato de Gandhi na Índia. Criação do Estado de Israel.
1954 – Morte de Getúlio Vargas.
1955 – Eleição de Juscelino Kubitschek.
1959 – Fidel Castro toma o poder em Cuba.
1960 – Inauguração de Brasília.
1964 – Início do Regime Militar no Brasil com a posse do Gen. Castelo Branco na presidência. Edição do Ato Institucional número 1.
1968 – Edição do AI 5.
1969 – Neil Armstrong, americano, é o primeiro homem a pisar na lua.
1970 – Brasil é tricampeão mundial de futebol. Aumenta a violência dos militares contra atos de oposição ao Governo.
1972 – Inauguração da Transamazônica.
1979 – Aprovada Lei da Anistia durante o governo de Figueiredo.
1985 – Término do regime ditatorial. Eleição, pelo Colégio Eleitoral, de Tancredo Neves para a presidência. Posse de José Sarney em razão da morte do presidente eleito.
1988 – Promulgada nova Constituição do Brasil.
1989 – Derrubada do muro de Berlim. Eleição de Fernando Collor, primeiro presidente eleito pelo voto popular desde 1960.
1991 – Fim da URSS.
1994 – Implantação do Plano Real.
2002 – Brasil penta campeão mundial de futebol.
2003 – Lula eleito Presidente do Brasil.
2011 – Dilma Rouseff toma posse como a primeira mulher a ocupar a presidência do Brasil.
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